Ó meu Deus, dou testemunho de que Tu, desde toda a eternidade, nada fizeste descer sobre os Teus servos senão aquilo que causasse a sua elevação, a sua aproximação de Ti e a sua ascensão ao céu da Tua transcendente Unidade. Estabeleceste os Teus limites entre eles, ordenando que fossem como evidências da Tua justiça e sinais da Tua misericórdia entre as Tuas criaturas, a cidadela da Tua proteção em meio ao Teu povo, a fim de que homem algum no Teu reino transgredisse contra o seu próximo. Como é grande a bem-aventurança daquele que por amor a Tua beleza e a Teu prazer, reprimiu os desejos de uma inclinação corrupta e observou os preceitos fixados pela Tua Pena excelsa! Ele, em verdade, há de ser incluído no número dos que atingiram todo o bem e seguiram o caminho apontado por Ti.

Suplico-Te, ó meu Senhor, pelo Teu Nome, através do qual concedeste aos Teus servos e ao Teu povo o poder de Te conhecerem, e atraíste para a corte resplandecente da Tua Unidade os corações dos que Te reconheceram, e fizeste as almas dos Teus favorecidos aproximarem-se da Aurora da Tua Unicidade – suplico-Te que eu seja ajudado a observar o jejum inteiramente por amor a Ti, ó Tu, o Pleno de Majestade e Glória! Capacita-me, então, ó meu Deus, para que eu possa ser contado entre aqueles que aderiram às Tuas leis e aos Teus preceitos, por Tua causa, tão somente, e com os olhos fixos na Tua Face. São estes, realmente, cujo vinho consiste em tudo o que procedeu dos lábios da Tua Vontade primordial, cuja poção pura é o Teu chamado arrebatador, cujo rio celestial é o Teu amor, cujo paraíso é a entrada em Tua Presença e a reunião Contigo. Pois Tu foste o seu Princípio e o seu Fim, a sua Mais Alta Esperança e o seu Desejo Supremo. Cega seja a vista que contemplar qualquer coisa que Te desagrade, e confundida a alma que se inclinar ao que seja contrário à Tua Vontade.

Por Ti próprio e por eles, imploro-Te, ó meu Deus, que Te dignes aceitar, através da Tua graça e benevolência, as obras que realizámos, por muito aquém que estejam da elevação e da sublimidade do Teu estado, ó Tu que és o Mais Amado dos corações que por Ti anseiam, e és Quem cura as almas dos que Te reconheceram! Que faças chover, pois, sobre nós, do céu da Tua misericórdia e das nuvens da Tua benevolência, o que nos possa purificar do menor traço que seja de desejos maus e corruptos, e nos aproxime d’Aquele que é o Manifestante do Teu Próprio Ser sublime e todo-glorioso. Tu, verdadeiramente, és o Senhor deste mundo e do vindouro, e és poderoso para fazer tudo o que Te apraz.

Bahá’u’lláh

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