Glória a Ti, ó Senhor Meu Deus! Quantas cabeças foram suspensas no topo de lanças no Teu caminho, e quantos peitos se tornaram alvos de flechas por amor ao Teu beneplácito! Quantos corações foram dilacerados por exaltarem a Tua Palavra e promoverem a Tua Causa, e quantos olhos derramaram lágrimas de dor por amor a Ti! Imploro-Te, ó Tu que és o Rei dos reis e O que tem compaixão dos oprimidos, pelo Teu Maior Nome que fizeste o Lugar do Amanhecer dos Teus mais excelentes nomes e a Alvorada dos Teus mais excelsos atributos, que removas os véus que intervieram entre Ti e as Tuas criaturas e as impediram de se volver para o horizonte da Tua Revelação. Faze com que elas, então, ó Meu Deus, pela Tua mais excelsa Palavra, se voltem da mão esquerda do esquecimento e da ilusão para a mão direita do conhecimento e da certeza, através da Tua generosidade e graça, e possam dirigir as suas faces para Aquele que é o Manifestante da Tua Causa e o Revelador dos Teus sinais.

Ó Meu Deus! Tu és o Todo-Generoso, cuja graça é infinita. Não prives os Teus servos do mais poderoso Oceano, que fizeste o repositório das pérolas do Teu conhecimento e da Tua sabedoria, e não os afastes da Tua porta, que escancaraste diante de todos os que estão no Teu céu e todos os que estão na Tua terra. Ó Senhor! Não os abandones a si mesmos, pois não compreendem e fogem daquilo que é melhor para eles do que tudo o que criaste sobre a Tua terra. Lança sobre eles os olhares de Teu favor e generosidade, e liberta-os do ego e da paixão, para que possam aproximar-se do Teu mais excelso Horizonte, provar a doçura da Tua lembrança, e deleitar-se com aquele pão que fizeste descer do céu da Tua Vontade e do firmamento da Tua graça. Desde a eternidade a Tua generosidade abrangeu a criação inteira e a Tua misericórdia transcendeu todas as coisas. Nenhum Deus há, senão Tu, O que sempre perdoa, o Mais Compassivo.

Glorificado és Tu, ó Senhor Meu Deus! Bem sabes que o Meu coração se dissolveu em Tua Causa, e que o Meu sangue ferve de tal forma nas Minhas veias com o fogo do Teu amor, que cada gota proclama com a sua língua interior: “Permite que eu seja derramada no solo por Tua causa, ó meu Senhor, o Altíssimo, para que dele possa brotar aquilo que designaste nas Tuas Epístolas e ocultaste dos olhos de todos, exceto de tais servos que provaram da corrente cristalina do conhecimento, das mãos da Tua graça, e sorveram das águas suaves da compreensão, da taça do Teu favor.”

Tu sabes, ó Meu Deus, que em todos os Meus afazeres busquei somente obedecer ao Teu comando, que em cada palavra Minha desejei apenas exaltar o Teu louvor, e que em tudo o que procedeu da Minha Pena tive o único objetivo de alcançar o Teu beneplácito e revelar aquilo que Me incumbiste através da Tua soberania.

Tu vês-me, ó Meu Deus, como um perdido em Tua terra. Sempre que faço menção daquilo que me incumbiste, as Tuas criaturas cavilam de mim; contudo, se fosse negligenciar aquilo que Tu me ordenaste observar, seria merecedor do castigo da Tua ira e estaria demasiado afastado dos prados da Tua proximidade. Não, pela Tua glória! Dirigi a inha face para o Teu beneplácito e afastei-me das coisas nas quais os Teus servos colocam as suas afeições. Aceitei tudo o que está Contigo, e abandonei tudo o que me possa afastar dos recintos da Tua proximidade e das alturas de Tua glória. Juro pelo Teu poder! Com o Teu amor no meu coração, nada me pode jamais alarmar, e no caminho de Teu beneplácito, todas as aflições do mundo de modo algum me podem desalentar. Tudo isso, entretanto, procede da Tua potência e do Teu poder, da Tua generosidade e da Tua graça, e não do meu próprio merecimento.

Bahá’u’lláh

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